terça-feira, 29 de julho de 2014

Breves lições espirituais sobre as contas hackeadas do facebook oficial da IASD

Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. 
(Romanos 8:28)
Várias das contas oficiais da Igreja Adventista do Sétimo Dia foram hackeadas na noite de 28/07/2014 passando a divulgar links pornograficos com conteúdo de SPAM. Ser infectado com vírus no facebook não é proposital por parte de quem administra um perfil pessoal, muito menos de uma empresa, menos ainda de uma instituição religiosa e ninguém está imune à crimes virtuais de maior ou menor magnitude, pelo que não cabe a nós especular sobre o que conduziu à contaminação.
A IASD lançou nota oficial (acesse aqui!!!) conclamando os membros da igreja a ações simples e pontuais que possam minimizar o problema até que tudo seja solucionado. Veja as orietações na imagem abaixo.


Apesar do desconforto geral que tal situação causou e ainda tem causado, creio que não seja impertinente da minha parte como líder da igreja em minha limitada esfera de atuação, chamar a atenção dos meus leitores à algumas questões importantes relacionadas tagencialmente com o fato em evidência com o simples e perigoso intuito de "fazer pensar":

Após as várias contas oficiais da IASD no facebook terem sido invadidas, roubadas e infestadas com vírus pornográficos, algumas pessoas (poucas, por enquanto) estão se aproveitando do caso para acusar a igreja com baixarias e acusações levianas diversas. Especialmente um cidadão que se destacou nas discussões, mas que ao que tudo indica nem adventista é, sendo apenas alguém que gosta de polemizar em torno do assunto “religião” em especial (vi acusações dele contra testemunhas de Jeová em seu perfil, por exemplo, e várias críticas à Bíblia e religiosos em geral, etc.). 

Além das baixarias que naturalmente não merecerem ser mencionadas nem rebatidas, essa pessoa usou argumentos infelizes citando textualmente a "nova semente", "o mundanismo entrando na igreja" e o “pecado”, além de outras acusações desse mesmo tipo, dizendo que a "ira de Deus" se manifestou contra a igreja por causa dessas questões e o Senhor, então, "retirou a proteção de nossas redes sociais".

Esse evento extremamente negativo, porém, se torna uma oportunidade de refletirmos sobre os frutos de certos discursos comuns dentre os próprios membros da IASD. Mesmo porque, de onde uma pessoa assim, crítica da religião, maldosa e sem noção, sendo NÃO ADVENTISTA, tiraria argumentos sobre "nova semente" e "mundanismo" na igreja e temas correlatos? Alguém imagina?

É comum vermos na internet acusações vindas de MEMBROS E LÍDERES DA IGREJA sobre mundanismo, apostasia e pecado dentro da igreja em torno de interpretações particulares de temas sobre os quais a lei de Deus não versa nos exatos termos em que ela é aplicada, e “onde não há lei, também não há transgressão” (Romanos 4:15). E com certeza, praticamente ABSOLUTA, essas foram as fontes para os ataques do "amigo" a quem me refiro nas páginas oficiais da igreja, que estão temporariamente incapazes de bloquear a manifestação de qualquer pessoa que seja.

Por exemplo, muitos identificam o mundanismo, a apostasia e o pecado com “música com bateria” (a famosa música mundana), “calça comprida”, “blush” e coisas similares a essas, e isso fermentou e dividiu a igreja mais do que a gente imagina (tudo em nome de "reavivamento e reforma" e outros slogans piedosos, claro). E numa hora de ataque como esse, onde um "sem noção" denigre e difama a igreja, percebemos que nossa falta de unidade e maturidade espiritual faz com que o discurso de um desajustado maluco como esse, seja potencialmente idêntico àquele que muitos adventistas fariam por si mesmos, sem qualquer ajuda externa, em conclusão de seus paradigmas "lógicos" do que é uma espiritualidade santa e de seu "conhecimento" doutrinário profundo como um pires.

Alguns diriam, com ares de santidade, que a igreja está brincando com o “pecado” e Deus está mostrando que ele não aprova isso e aquilo (música com bateria, blush e calça comprida, etc.) por causa do ocorrido, numa espécie de crença "supersticiosa", muito comum entre certos religiosos.

Por isso, creio que é aqui que mora a maior lição de toda essa história. O grande tema do pecado gira em torno da lei de Deus (1 João 3:4, Êxodo 20:3-17), que, em resumo, é a lei do amor (Romanos 13:10, Mateus 22:36-40). Ainda que não ouvíssemos músicas com bateria, as mulheres não usassem calça nem blush, e etc., sem amor por Deus e uns pelos outros não seríamos jamais seríamos capazes de defender legitimamente que somos a igreja que “guarda os mandamentos de Deus” (Apocalipse 12:17, João 13:34-35).

Infelizmente, porém, muitas discussões triviais e tolas sobre o “pecado” que não tem fundamento claro na lei de Deus (a não menos que torçamos os textos até sair sangue!), têm feito com que o amor cristão esfrie dentro da própria igreja (Mateus 24:12) e isso é um ataque pior do que o ataque de qualquer vírus ou hacker. Se perdermos TODAS as nossas contas no facebook, mas não perdermos o amor, tudo bem. Mas se mantivermos nossas redes sociais "santas" sem amor no nosso coração, ler 1 Coríntios 13 poderá nos chocar e a volta de jesus poderá nos condenar (Mateus 7:21-23)! E o fato é que um espírito de crítica maldosa está superando amplamente qualquer iniciativa de entender e aceitar o outro cristão, meu irmão na família de Deus, pela "simples" compreensão de que é crime/pecado ser diferente! Tanto em termos de opinião quanto de comportamento (em pontos secundários, logicamente, cf. Romanos 14).

Claro que há nacessdade e espaço para discussões de opiniões, mesmo veementes, mas essas devem ser saudáveis. Entretanto, está cada vez mais difícil encontrar esse espaço, especialmente na internet. E esse é um "bom" episódio para refletirmos no assunto de forma mais madura e ampla. 

Esse seria o momento de mostrarmos uma “fronte unida” ao mundo, de mostrarmos na prática que, por temos na Bíblia nossa única regra de fé e doutrina (ainda que concedamos um lugar de honra e destaque aos escritos de Ellen White, mas não como “substituindo a Bíblia ou estando em mesmo nível que a mesma” [Nisto cremos, p. 289]), somos servos das pessoas (2 Coríntios 4:5) e não julgadores do seu estilo de vida  ou do seu coração ao melhor estilo fariseu (Lucas 18:11, Tiago 4:11).

Mas muitos rejeitam esses limites e forçam muitos textos e contextos (bíblicos ou do Espírito de profecia) a dizer aquilo que eles querem dizer, e assim a obra de acusação e contenda prossegue em ritmo acelerado, tudo, naturalmente, em nome da "Palavra/Lei/Vontade de Deus", "da santidade" e também de "Ellen White".

Diante do tipo de paradigma que muitos estão construindo para sua espiritualidade é impossível evitar o criticismo gratuito e as "suspeitas malignas" (1 Timóteo 6:4), e o fruto é que oferecemos munição aos nossos inimigos para que tripudiem sobre a igreja com os nossos próprios argumentos. (?)

Será que não passou da hora de acordar para o cristianismo BÁSICO igreja amada do Senhor Jesus Cristo?

Mas vai questionar "esse pessoal" pra ver! Suas intenções serão julgadas como o "desejo de defender o pecado(!)" e os terrores do inferno serão invocados sobre você, com o adicional desejo de que uma possível "interpretação equivocada" da igreja adventista termine por revelar no último dia que o INFERNO, na verdade, é TORTURA SEM FIM e não "apenas" uma "segunda morte", daí a alegria dos tais "santos" que vêem mundanismo, apostasia e pecado onde não há lei será completa e, finalmente, todos os ouvintes  adventistas de "músicas mundanas" (e estamos falando de LOUVORES tocados na igreja e não de músicas claramente profanas "por aí") e todas as irmãs que usam "calça" e "blush" receberão o que sua "rebelião" merece!!!

Educação espiritual, tanto em sentido de compreensão teológica da Bíblia, do Espírito de Profecia e das relações entre uma coisa e outra, quanto na direção de conscientizar a membresia e liderança de que a família, a igreja e a sociedade são os palcos de exercícios práticos de abnegação, fé, tolerãncia, mansisão e amor. Essa educação é imperativa em nosso discipulado. Essas duas direções (teórica e prática) resumem a grande necessidade da igreja como um todo e, creio eu, resumem o sentido do "reavivamento da VERDADEIRA piedade".

Oremos por essa situação toda. Digo não somente a da invasão dos Hackers, mas também, apesar de que ela será LOGO SOLUCIONADA PELA GRAÇA DE DEUS. Mas oremos pela igreja de forma geral para que possamos ser mais unidos em torno da VERDADE e não tão facilmente atraídos a batalhas desnecessárias e tolas em nome do que é SECUNDÁRIO e duvidoso, enfraquecendo assim a unidade da igreja para o cumprimento da missão de pregar o EVANGELHO ao mundo.

Graça e Paz!

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