terça-feira, 31 de março de 2009

A condenação iminente

A condenação iminente
Nos primeiros anos do reinado de Jeoaquim as palavras dos profetas, que indicavam a destruição de Judá, estavam prestes a se cumprir. O império Babilônico estava surgindo e lançava suas sombras sobre todas as nações em seu redor e seria instrumento da ira de Deus contra Judá por causa de sua infidelidade irremediável. Os exércitos de Nabucodonosor levariam cativos os filhos de Judá para longe da terra de seus pais e desolariam o país quase completamente. Jerusalém seria totalmente destruída assim como o templo de Salomão e nunca mais Judá ocuparia a posição que dantes ocupava entre as nações do antigo Oriente.
Muitas mensagens do céu eram enviadas ao povo e aos sacerdotes e governantes de Judá através de Jeremias e foram dadas amplas oportunidades de salvação e libertação dos tamanhos perigos que estavam ainda por vir. As palavras dos homens eram mais respeitadas do que as palavras de Deus (Jr 35:6-17) e isso servia de exemplo e ensino para que a nação pudesse olhar a si mesma e se arrepender e de mudar de rumos, mas Israel ainda assim se recusou em seguir o Senhor. O povo trocou a verdade pela mentira e desprezou a ação do Espírito Santo e a Palavra de Deus. Houve, porém, pessoas que se entregaram ao Senhor e as mensagens de Juízo e condenação foram misturadas com lampejos de esperança, restauração e glorioso livramento. Essas promessas de restauração foram alegremente recebidas e cridas por aqueles que haviam se decidido firmemente serem fiéis a Yahweh.
Os escritos de Jeremias foram benção ao povo de Deus e deles Daniel tiraria conforto e certeza de que Deus lhes levaria de volta à terra prometida. A despeito da terrível condição do povo e da ignorância prevalecente em seus tempos Jeremias exaltava a justiça e a misericórdia de Deus mesmo quando seus juízos caíam sobre Judá e pregou essas verdades por todo o reino e todos tiveram oportunidade de ouvirem a Palavra de Deus da boca de seu servo. Enquanto isso o rei estava ocupado em futilidades (Jr 22:14) e muitos do povo seguiram o mesmo caminhos. O profeta denunciou o rei (Jr 22:13-19) e exortou o reino todo por muitos anos para que se convertessem e confiassem somente na misericórdia de Deus. Porém. Deus conhecia a extensão do pecado e da falta de arrependimento do povo e deu a sentença do cativeiro por meio de Nabucodonosor (Jr 25:8-11) rei da babilônia.
Jeremias anunciou a mensagem do juízo divino (Jr 19) e foi preso por causa de seu testemunho e continuou a pregar mesmo privado da liberdade. Nesse tempo Deus mandou o profeta escrever todas as palavras do Senhor num livro e Baruque lhe ajudou nessa tarefa (Jr 36:4). A Palavra do Senhor foi cuidadosamente escrita em um livro e quando este ficou pronto Jeremias mandou Baruque ler todas as suas palavras o templo e tinha esperança de que o povo se convertesse e escapasse da ira do Senhor que estava acesa contra eles (Jr 36:7-9). O povo ouviu as palavras de Deus e a notícia chegou ao rei que também tomou conhecimento de todas as palavras do Senhor, mas em desdém e desprezo jogou o livro no fogo (Jr 36:23). O rei nem os príncipes temeram a Deus e queimaram as palavras de repreensão contra o pecado mesmo diante do rogo de poucos fiéis entre eles (Jr 36:25). O rei tentou matar Jeremias e Baruque, entretanto o Senhor protegeu seus servos (Jr 36:26).
O objetivo de Deus era que o povo ouvisse sua Palavra e se convertesse e não sofresse o castigo do cativeiro mas eles escolheram o pecado e sofreriam a consequência dessa escolha (Jr 36:30-31). Deus ordenou a seus servos que reescrevessem todas as palavras que o rei havia queimado e ainda acrescentou várias palavras e profecias semelhantes (Jr 36:32). Não existe segurança no pecado e no desprezar a Palavra de Deus, mas certamente essa segurança existe ao ouvirmos as palavras dos profetas de Deus e as colocarmos em prática.

Saibam mais...

Jeremias


Jeremias foi chamado ao ofício profético ainda jovem, no décimo terceiro ano do rei Josias e expressou sua desconfiança de si mesmo ao encontrar com Deus e receber do Senhor conhecimento a respeito das coisas que Deus queria comunicar ao povo através dele (Jr 1:5-6). Jeremias era levita e membro da classe sacerdotal para cujas funções estava sendo preparado desde a infância e ele esperava um reavivamento espiritual da nação como consequência das reformas que o rei havia levado à cabo. Deus viu fidelidade em Jeremias já em sua juventude e via seu servo enfrentando dura oposição no futuro por parte dos impenitentes com perseverança.
Em meio a apostasia e infidelidade Jeremias devia exemplificar o que significava adorar o verdadeiro Deus em sua própria vida. Mesmo durante o terrível cerco de Jerusalém ele deveria fazer ouvir a Palavra de Deus aos homens de Israel. Jeremias predisse a queda da casa de Davi e a destruição do templo de Salomão e condenou a idolatria daqueles que deveriam ser contados entre os fiéis filhos de Deus. Ele era desprezado e rejeitado pelos homens e ele mesmo participou do cumprimento de muitos dos juízos preditos por si mesmo por inspiração do Senhor dos exércitos e partilhou dos sofrimentos, temores e dores do povo. Em meio a terrível condição espiritual e social do reino no presente de seus dias foi dado a Jeremias contemplar o futuro e o restabelecimento de Israel em sua própria terra e a nova aliança que Deus faria com os arrependidos (Jr 29-33). Deus colocou suas palavras na boca de Jeremias (Jr 1:9-10) e suas palavras seriam prenúncio de destruição e condenação para alguns, mas de esperança e bênçãos para outros.
Severas mensagens foram transmitidas por Jeremias ao povo, mas era assegurado perdão aos arrependidos e a todos que abandonassem suas más obras em favor do amor e temor do Senhor. O profeta instava com o povo para que estabelecessem uma base sólida de amor e fé em coerência com a fidelidade de Deus para suas vidas de forma real, sincera e profunda. Eles deveriam construir para a eternidade e não para este mundo passageiro e só poderiam fazer isso se tornassem dos ídolos para Deus depressa e de verdade. Se o povo assumisse seus pecados e com humilhação os confessasse e com fervor os abandonassem poderiam confiar no poder, amor e fidelidade de Deus para com eles (Jr 3:12-22). Cura e restabelecimento do relacionamento entre Deus e eles era o objetivo de todas as repreensões e de todas as promessas de esperança que Deus falava através do profeta e o povo não estaria seguro se seguisse qualquer outro caminho diferente e que resultasse em algo diferente disto.
A reforma de Josias tirou a idolatria de muitas partes do país, porém o coração não transformado do povo era um lugar a ser limpo ainda dessa presença contaminadora e essa obra deveria ser levada adiante com poder e urgência por todos que atendessem o apelo. O perigo rondava o povo, entretanto este estava inconsciente do mesmo e não entendiam que sua prosperidade e segurança estava ligada à uma ligação viva e fiel com o Deus que lhes havia tirado do Egito. Jeremias exaltou a Lei de Deus que era negligenciada e abandonada (Jr 6:16). O sábado fora uma das questões para as quais o profeta chamava a atenção (Jr 17:24-25) e uma benção era prometida aos que atendessem o chamado do Senhor. Além das bênçãos da obediência o profeta também deixou claras as maldições resultantes da infidelidade e desprezo pela mensagem do céu. O povo devia mudar totalmente de direção na vida para que visse a salvação de Deus (Jr 4:14). A grande massa do povo desatendeu ao chamado de Deus e o profeta não podia impedir o exílio, ainda assim sua voz era ouvida dando esperança aos poucos fiéis e arrependidos e deixando os ímpios sem desculpas para seus pecados e sua atitude de abandono dos caminhos do Senhor. A situação exigia atitude e Deus usou seu servo para pregar a verdade na corte do templo aos ouvidos de todo o povo de Judá (Jr 7:2-7) com a mensagem do amor de Deus por eles apesar de sua condição de infidelidade e cegueira espiritual. Deus queria exercer beneficência, juízo e justiça (Jr 9:24) e não desejava que eles colhessem os frutos de sua rebelião já amadurecida (Jr 7:23-24 e 8:5). Porém o povo não conheceu o juízo do Senhor (Jr 8:7). E que restaria a Deus fazer senão punir a ousadia obstinada do povo (Jr 15:1-2) para despertar alguns ao arrependimento para salvação? A recusa do povo em aceitar a misericórdia foi a causa de seu juízo (Jr 26:4-6). Muitos entenderam a mensagem pregada pelo profeta, mas em vez de produzir conversos produziu oposição de sacerdotes, falsos profetas e povo (Jr 26:9-11). Jeremias enfrentou essa oposição com perigo da própria vida (Jr 26:12-15) e por sua fidelidade sua vida foi poupada apesar de muitos desejarem a morte daquele que lhes incomodava a carreira de pecado. Jeremias fora como uma fortaleza contra quem os ímpios não puderam prevalecer (Jr 6:27 e 15:20-21).
Jeremias amava a Deus e sofria por ver a iniquidade entre o povo professo de Deus. Foi, a despeito disso, objeto de zombaria e escárnio (Jr 20:7). Mas o Senhor estava com seu servo e seu amor e fidelidade lhe eram mais caros e importantes que tudo o mais nesta terra e ele aguardava em paz a salvação do Senhor.

Saibam mais...

segunda-feira, 16 de março de 2009

Salvação aos "gentios"

"Eu anunciei salvação, realizei-a e a fiz ouvir" Isaías 43:12


Deus, através de Isaías, tinha deixado claro que muitos indivíduos de nações estrangeiras seriam contados entre os filhos de Abraão e participantes do Israel espiritual que deveria viver eternamente numa terra absolutamente nova e redimida da presença do pecado. Essa compreensão teológica era completamente dissonante e estranha ao pensamento judaico de seu tempo, que considerava os gentios excluídos de qualquer possibilidade de salvação ou de um correto relacionamento com Deus. Paulo, no Novo Testamento, cita a ousadia de Isaías em relação a essa questão (Rm 10:20).
O povo não entendia, mas sua própria eleição entre todas as famílias da terra tinha o objetivo de que eles fossem santos e missionários de Deus entre os gentios, que ao verem a santidade da Lei de Deus exemplificada em seu povo, haveria de se converter ao Senhor. O próprio concerto entre Deus a Abraão sugeria essa realidade, uma vez que em Abraão todas as famílias da terra seriam benditas (Gn 12:2-3/18:18).
Todos os homens pertencem a Deus pela criação e pela redenção. Cristo veio desfazer a inimizade entre Deus e o homem e entre todos os homens que verdadeiramente reconhecessem sua autoridade soberana e absoluta. Essas realidades não deveriam ser estranhas aos israelitas mas a realidade é que poucos as entendiam. Mesmo diante dos testemunhos do texto sagrado que já apontavam para a farta colheita de almas dentre aqueles que não eram contados como Povo de Deus (Salmo 22:27).
Se o povo fosse mais atento a fiel às verdades de Deus eles não seriam tão fechados às necessidades e capacidades espirituais de seus vizinhos. Essa triste condição aprofundava o abismo entre Deus e os homens e nessas condições a ignorância e o pecado floresciam livremente. Isaías sabia dessas condições reinantes dentro e fora de Israel e por isso sentia profunda tristeza e anelava misericórdia por si mesmo e por todos a seu redor. Deus que inspirava tais sentimentos no coração do seu servo lhe revelou que muitos se converteriam dente os pagãos para serem fiéis a Deus guardando o sábado fielmente (Is 56) e estes veriam a salvação de Deus quando da segunda vinda de Jesus (Is 52:10) e nenhum deles jamais deveria sequer cogitar que Deus lhes apartaria dentre seu povo (Is 56:3-8).
O plano da Salvação abarca a todos e fez suficientes provisões para que tantos quantos desejarem sejam justificados, santificados e glorificados numa relação de Arrependimento com Deus e fé em Cristo. Deus deseja e pode conceder vida ao ser humano morto em delitos e pecados. Deus não desamparará aquele que desejar viver em comunhão com Ele e buscar as coisas do alto onde Cristo vive. Anjos poderosos são enviados com luz, misericórdia, proteção e bênçãos espirituais àqueles que estão neste mundo em trevas em meio a situações perigosas e desanimadoras. As orações são atendidas e Deus concede libertação e paz a seus filhos antes aflitos e desconsolados pelas perplexidades da vida em um mundo mal.
Deus se revelará a eles de muitas formas e os colocará em contato com tudo aquilo que lhes for importante para a salvação mediante a fé em Jesus. Deus nunca desamparará aqueles que por quem deu seu Filho Unigênito, antes lhes estará ao lado para salvá-los, pois os ama com amor eterno, um amor inexplicável e extraordinariamente mais forte do a morte.

Saibam mais...

sexta-feira, 13 de março de 2009

A Chave da História


A Chave da História

“A compreensão da esperança da segunda vinda de Cristo é a chave que abre toda a história futura e explica todas as lições do futuro” Evangelismo Pág. 220

Certamente que a humanidade anseia pelo futuro, ainda que desconheça o que o amanhã trará consigo. As mais diferentes expectativas são acalentadas e imaginadas, mas ninguém sabe ao certo o que nos aguarda. Diante disso, Deus em sua graça, misericórdia e amor nos revelou que além das incertezas naturais do futuro devemos viver hoje com a noção constante e viva de que Cristo voltará.
“Eis que vem com as nuvens e todo olho o verá” (Apocalipse 1:7) é a tônica da revelação em relação com esse tema. A volta de Cristo nos leva a um conjunto de verdades imprescindíveis nos dias em que vivemos e a primeira delas é sobre a identidade desse Cristo às portas de voltar a esse mundo. Diz a Bíblia, no Novo Testamento, que Cristo é: “O primeiro e o último” (Apocalipse 1:17). A realidade da identidade de Cristo fica clara quando vamos às páginas do Velho testamento: “Assim diz o SENHOR, Rei de Israel, seu Redentor, o SENHOR dos Exércitos: Eu sou o primeiro e eu sou o último, e além de mim não há Deus”. Cristo é Deus que se fez homem.
A existência de Deus é absoluta e diante dessa realidade muitas perguntas surgem. Se Deus existe e é perfeito (Mateus 5:48) de onde vem o mal e toda desgraça que assola a humanidade?
Deus vez os anjos e o homem livre. Todo ser inteligente pode escolher seu caminho mas deve ser responsável pelas coisas que escolhe, pois tudo que plantar, isso também ceifará (Gálatas 6:7). Lúcifer fez sua escolha (Ezequiel 28:15) e a humanidade, iludida pelos engodos do maligno, também fez uma escolha (Genesis 3) e todo sofrimento e desgraça que vivemos nesse mundo são a “ceifa” da semente plantada.
Porém, Deus ficou como expectador da história? De jeito nenhum. Deus é Salvador (Isaías 43:3) e veio a esse mundo executar sua obra de salvação. Todas as coisas estão subordinadas ao Criador e Ele mesmo se identificou conosco no tempo, no espaço e na vida humana e em forma humana para pagar o preço que somente Ele poderia pagar, o preço da redenção de nossos pecados (1 Cor 15:3).

Vencedor contra a morte e contra Satanás (Hebreus 2:14-15) o Senhor ressurgiu da sepultura e subiu ao céu para ministrar os benefícios da redenção adquirida na cruz em favor de todos os que se arrependessem de seus pecados (Atos 3:19). Desde então Cristo ministra no Santuário celestial (hebreus 8 e 9) e ansiosamente prepara seu retorno a esse mundo (Lucas 12:49) para buscar sua igreja (Hebreus 9:28) e restaurar a terra plenamente (Apocalipse 21).
Diante dessas verdades sabemos que toda a história humana faz sentido e podemos confiar no Poder e Amor de Deus diante das perplexidades da vida, que certamente não entendemos. Que todos possamos olhar a história humana dessa perspectiva e nos alegrar pois nossa salvação está mais próxima agora do que quando no princípio cremos (Romanos 13:11).

Saibam mais...

quinta-feira, 12 de março de 2009

Os embaixadores de Babilônia

"Nesse tempo, Merodaque-Baladã, rei da Babilônia, enviou cartas e um presente a Ezequias" Isaías 39:1

O rei Ezequias foi acometido de uma grave doença que humanamente era impossível de ser curada. Mesmo o servo do senhor lhe disse sob autoridade divina que ele morreria. O rei, entretanto, não desistiu de viver e orou fervorosamente ao Senhor da vida. Ezequias derramou muitas lágrimas e entregou sua existência nas mãos do Criador cuja misericórdia é infinita. Deus ordenou ao profeta Isaías que voltasse à presença do rei e lhe anunciou a verdade de que o Senhor ouvira sua oração e lhe acrescentaria 15 anos além de lhe livrar do poder do rei da Assíria que ameaça o reino de Judá (2Rs 20:4-6). Sob essa Palavra o profeta ordenou que se fizesse uma pasta de figos que foi colocada na parte enferma do corpo do rei e esse foi curado milagrosamente. Antes que a cura fosse efetivada Ezequias pediu um sinal de que a mensagem de esperança e restabelecimento era do céu e Deus lhe concedeu um sinal cósmico impressionante, a sombra do sol voltou dez graus que já tinha percorrido naquele dia para testemunho do moribundo rei de Judá (2Rs 20:8-11). Ao se cumprir a palavra de Deus Ezequias louvou ao Senhor de todo coração e fez votos de ser fiel ao Criador do céu e da terra (Is 38:10-20).

Na Babilônia existiam vários sábios interessados em assuntos relativos à astronomia e ao perceberem que o sol havia declinado dez graus ficaram maravilhados. Não demorou até que esse povo ficasse sabendo que esse sinal extraordinário fora realizado em favor de Ezequias, rei de Judá. Logo uma embaixada de sábios foi enviada da Babilônia à Judá para aprender mais sobre esse milagre. Essa era uma oportunidade áurea e singular para o rei exaltar o verdadeiro rei de Judá, o Deus vivo. Muitas coisas poderiam ter sido diferentes na história do mundo se esse povo que seria um dia o maio império da face da terra tivesse aprendido a conhecer a verdade sobre o único Deus Vivo que existe, o Deus de Israel. Mas Ezequias não aproveitou essa oportunidade e exaltando a si mesmo mostrou a esses sábios gentios e ignorantes das verdades maravilhosas de Deus seus tesouros (Is 39:2) em vez de lhes instruir no caminho do conhecimento do Senhor. O rei falhou em demonstrar a gratidão e devoção devida ao Deus do céu. O relato bíblico diz que Deus abandonou Ezequias para ver o que estava no seu coração (2Cr 32:31) e quando assim o fez encontrou ingratidão e falta de amor.

Seu coração se exaltou e não correspondeu favoravelmente ao benefício que lhe foi concedido pela graça de Deus (2Cr 32:25). Os embaixadores de Babilônia voltaram à sua terra, não cheios de revelações de Deus, mas de cobiça pelos tesouros que viram e só lhes faltava tempo até que viessem a Jerusalém saquear tudo que havia nos tesouros que o imprudente e ingrato rei lhes havia mostrado (Is 39:3-8) e por causa disso veio grande ira sobre Judá e sobre Jerusalém (2Cr 32:25). Numa atitude de humilhação Ezequias confessou seu erro e foi poupado de sofrer diretamente as conseqüências de sua atitude pela misericórdia amorosa de Deus.

Saibam mais...

Dois reis de Israel


"Na trangressão do homem mau, há laço, mas o justo canta e se regozija" Provérbios 29:6


O reinado de Acaz foi marcado pelo declínio espiritual e, Isaías, e todos os que desejavam ser fiéis a Deus se viram rodeados de testemunhos de infidelidade entre o povo e os sacerdotes. Alguns que se extraviaram aos falsos ensinamentos e idolatria ainda pretendiam estar em comunhão com Deus e fazer parte de seu povo. Muitos se esqueceram de que o pecado faz separação entre Deus e a humanidade impenitente (Is 59:1-2) e deveriam ser objetos da repreensão de Deus através do profeta. A posição subalterna do reino de Israel era em grande parte devida à infidelidade dos reis de Israel ao senhor Deus e as conseqüências dessa infidelidade eram pesadas sobre o reino e mesmo o povo e o sacerdócio não estavam em melhores condições espirituais que os governantes infiéis cujas línguas e obras eram contra o Senhor (Is 3:8). O rei Acaz pessoalmente era um exemplo da mais vil infidelidade contra Deus (2 Cr 28:2/2Rs 16:3).
Grandes perigos espirituais estavam diante do povo: a sedução de todas as formas de idolatria e uma falsa segurança num suposta relação especial com o Deus verdadeiro. Poucos eram fiéis, e era graças a esses poucos que Israel não fora total e completamente identificado com Sodoma e Gomorra (Is 1:9). Ainda assim, por amor aos homens, Deus demonstrava sua misericórdia e instava, através de Isaías e de todos os escritos e outros profetas, para que se arrependessem e voltassem ao Senhor. Imagens e realidades da história de Israel eram evocadas ao ser a misericórdia de Deus exaltada no meio do povo rebelde ou indiferente. O apelo era para que os homens se apoderassem da força de Deus e fizessem paz com Ele (Is 27:5).O povo devia evitar as armadilhas do formalismo e do esquecimento de Deus e ter uma relação viva, dinâmica e fiel com o Senhor através da piedade prática e do amor.
O rei da Síria e do Reino do Norte (Israel) se uniram em aliança e atacaram o reino de Judá (Rs 16:5) e desprovido de força espiritual o coração do Rei e do povo se agitou em temor desprovido de fé (Is 7:2). Deus anda estava demonstrando amor e misericórdia ao povo e o profeta Isaías exortou o povo a não temer pois não seriam entregues nas mãos daqueles que lhes procurava a vida (Is 4:7). Mas o rei, que não acreditava na mensagem de Deus buscou livramento através do rei da Assíria, Tiglate Pileser (2Rs 16:7). Os assírios ajudaram o reino de Judá mas logo sua cobiça foi despertada e o rei estava mortificado pela expectativa de cair nas mãos de tão cruéis inimigos. Nesse tempo o templo fora totalmente fechado e se adorava entidades pagãs em cada esquina da cidade de Jerusalém, as trevas pareciam haver prevalecido. Aos fiéis fora dada, porém, a certeza de que ainda que o povo fosse infiel e o templo estivesse vazio, O Senhor seria santuário a todos os que lhe amavam incondicionalmente (Is 8:13-14).
O reinado de Ezequias pode ser contrastado diretamente com o reinado de Acaz. A situação exigia uma reforma ampla e profunda em todas as áreas da vida do povo e Ezequias promoveu o retorno das atividades do templo que estavam negligenciadas a muito tempo. Uma aliança com Deus devia ser restabelecida por aqueles que ainda eram fiéis (2Cr 29:10). Toda a situação política, social e religiosa estava em crise. O reino do Norte estava sofrendo terrivelmente sob o poder dos Assírios e Judá só escaparia se Deus operasse um milagre em seu favor através de quaisquer meios que lhe fossem adequados segundo sua sabedoria infinita. Ezequias apela aos sacerdotes e levitas para que o ajudem a enfrentar a situação caótica (2Cr 29:5 e 11). A ação devia ser pronta e imediata e todos agiram com rapidez e no menor espaço de tempo possível o templo estava pronto para ser novamente o local onde se praticava a verdade de Deus conforme exposta nos escritos de Moisés. Os sacerdotes ofereceram sacrifícios por todo o povo e todos adoraram ao Senhor e o Rei e povo se alegraram em Deus (2Cr 29:36).
Deus havia preparado o coração de homens importantes dentre os sacerdotes e do próprio rei para que se cumprisse essa reforma a fim de deter a terrível onde de apostasia e infidelidade que ameaça a continuidade da existência do povo escolhido. O remanescente devia se converter àquele contra quem o reino de Norte e muitos no próprio reino de Judá haviam se rebelado profundamente (Is 31:6). Havia muitos entre o povo que estavam cansados da condição espiritual de escravidão ao pecado e idolatria e aceitaram com alegria a notícia de que o templo estava novamente cumprindo seu papel central na adoração do Deus de Israel, o único verdadeiro Deus (Dt 6:4). Deus havia prometido perdão ao povo que se convertesse e lhe buscasse (2Cr 7:14) e cumpriu sua promessa de forma extensa e explícita nos tempos do rei Ezequias. O rei, depois de restabelecer as cerimônias diárias do templo convocou todo o Israel (no Norte e no Sul) para a celebração da páscoa.
Muitos dentre o povo do Norte se retraíram e ridicularizavam o convite (2 Cr 30:10), mas enfim alguns entre eles se humilharam e vieram a Jerusalém (2 Cr 30:11). No reino do Sul a resposta positiva foi generalizada (2Cr 30:12) segundo a Palavra do Senhor. Jerusalém foi limpa da presença contaminante da idolatria que havia nos tempos de Acaz e a Páscoa foi celebrada no dia determinado. Durante a festa os sacerdotes instruíam o povo nas coisas de Deus e a graça de Deus era com eles. O povo ficou extremamente feliz (2Cr 30:20-21). O tempo de 7 dias foi estendido por mais 7 dias e o povo aprendeu mais amplamente o que o Senhor requeria deles e era claro que Deus estava com seu povo para o abençoar. Os sacerdotes despediram o povo com oração que chegou aos céus (2Cr 30:27).
A reforma ocasionada nessa situação devia se refletir na vida diária do povo em todas as suas cidades, a idolatria devia ser rejeitada (2Cr 31:1). Deus demonstrou sua presença na vida de seu povo errante e ainda manifestaria seu Poder em favor deles em inúmeras outras ocasiões.

Saibam mais...

Eis-me aqui, envia-me a mim


"Depois disso, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim" Isaías 6:8

Isaías fora chamado ao ministério profético ainda bastante jovem e num contexto social bastante complicado. O profeta exerceria seu ministério no Reino do Sul (Judá) e sua mensagem seria uma forte repreensão aos pecados que já haviam sido denunciados por Amós e Oséias no Reino do Norte (Israel). O Reino de Israel já sofria as maldições que os profetas do Senhor haviam profetizado contra ele e Isaías se sentia oprimido pela iniqüidade do professo povo de Deus e pela intuição do fato de que ele próprio era pecador no meio de pecadores. Nesse contexto Isaías questionou sua capacidade para cumprir o ministério profético para o qual Deus o chamara.
O Senhor, diante disso, conhecendo os temores de seu servo e suas inquietudes espirituais, concede ao profeta Isaías uma visão de seu trono, de sua glória e nessa ocasião Isaías é tocado pelo fogo do altar pelas mãos de um serafim e tem a certeza do perdão de seus pecados. Essa certeza faz de Isaías um profeta cheio do Espírito Santo e da unção do céu. Seu ministério se desenvolveria num momento histórico difícil. Ele testemunharia a invasão de Judá pelos exércitos da assíria e de Israel combinados; A queda de Samaria; A dispersão das 10 tribos; e muitos outros eventos importantes. As mensagens de Isaías envolviam repreensões severas ao povo, aos governantes políticos e aos sacerdotes, mas seu ministério foi igualmente cheio de mensagens e imagens de esperança e Salvação e glória eterna aos arrependidos dentre o povo.

Nos dias em que Isaías exercia seu ministério profético, o povo de Israel era tentado por Satanás a ver a Deus como duro, impiedoso e por demais exigente. Israel sabia que Deus se manifestara maravilhosamente misericordioso e amoroso para com eles e seus pais, mas o caráter de Deus estava sendo deturpado por falsas e malignas concepções diante do povo. Toda a história de Israel estava impregnada com as manifestações de Deus e a Moisés foi feita a promessa em forma de profecia de que Deus manifestaria sua salvação amorosamente a todas as nações da terra (Nm 14:20-21) e isso seria tão certo quanto sua existência e sua realeza sobre todo o universo.
Isaías ouvira uma antífona dessa experiência dos lábios dos serafins (Is 6:3) e isso lhe tornou mais fervoroso ao dar suas mensagens ao povo errante de Deus. Isaías conquanto carregasse a mensagem de que Deus é “Alto e Sublime”. tem o “nome Santo” e “habita a eternidade”, anunciava que o Senhor habitava também com contrito e abatido ser humano pecador que aceitava seu amor e sua verdade e graça (Is 57:15) transformando-lhe num ser perdoado e restaurado a comunhão do céu (Is 6:7).

Deus é o único ser no universo capaz de sarar as chagas da humanidade pecadora (Is 1:6). E Isaías exaltou ao Senhor como tal, o médico da alma (Is 57:18-19). A promessa de que Deus aceitaria os arrependidos era proclamada claramente e ninguém poderia dizer que a linguagem dessa mensagem era obscura. Todos os habitantes de Judá eram indignos em si mesmos diante de Deus, mas o Senhor ainda os podia salvar e usá-los em sua obra de salvação de outros povos, pois Deus é grandioso em perdoar (Is 55:7). Deus promete cumprir sua Palavra e nos dar as bênçãos de sua aliança com Davi (Is 55:3). A mensagem tão clara e pregada com vigor produziu frutos. Ainda que muitos a tenham negligenciado e rejeitado, um povo deu atenção à voz do Senhor através de seu servo e foi abençoado com graça, paz e salvação.

Saibam mais...

A Longanimidade de Deus para com seu povo


"a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento" Romanos 2:4

Por mais de 2 séculos após o reinado de Acabe o povo de Israel viveu em rebelião contra Deus. Essa rebelião se manifestava na política, na sociedade de forma geral e na vida espiritual da nação. Deus suscitou profetas nessas épocas para despertar o povo de sua condição perante Deus, mas nem mesmo as terríveis repreensões dos profetas de Deus conseguiram despertar a nação para esses fatos e lhes conduzir no caminho do arrependimento e da reforma de vida. Estava perto o momento em que as 10 tribos deveriam ser dispersas na terra como “vagabundos sem lar”. Deus, através do ministério de Elias, Eliseu, Amós e Oséias deixou claro perante Israel as consequências da desobediência, mas ainda assim Israel não voltou ao Senhor.
Israel se esqueceu da Lei de Deus e seria rejeitado por Deus. Israel não tinha agora barreira contra o pecado nem contra Satanás. O povo trocou a verdade e a lealdade para com Deus pela injustiça, ociosidade, deboches, despudorados banquetes e bebedeiras. Colhiam os frutos da idolatria e se aprofundavam na perversidade resultante da mesma. Os profetas clamavam contra esses males fortemente e a todos foram dadas oportunidades de arrependimento. Na hora da maior apostasia de Israel os profetas lembravam ao povo o amor Eterno de Deus por eles e seu Poder para salvá-los do pecado.
A maioria do povo, entretanto, se recusou a entregar seu coração ao Senhor e os poucos fiéis que ainda existiam não seriam capazes de impedir que os juízos de Deus caíssem sobre Israel e Israel colheria agora o fruto de suas atitudes diante do Senhor. O império Assírio se torna o senhor de Israel que agora lhe paga tributos e taxas, assim Israel foi humilhado perante seus inimigos. Mais tarde a Assíria invade definitivamente Israel de forma mais agressiva e as tribos de Israel jamais conseguiriam se recuperar desse golpe, estavam agora espalhados entre as nações como coisa de quem ninguém se agrada.
Ainda assim Deus exalta sua misericórdia e através dos fiéis levados para longe da terra de Israel ele iluminaria o mundo com o conhecimento de sua verdade. O Messias, o redentor de todo o mundo não demoraria a visitar este mundo. Essa mensagem vigorosa seria pregada a todo mundo por um povo em cujo coração estava a lei do Senhor (Isaías 51:7).

O favor de Deus para com Israel estava condicionado à fidelidade do povo. Eles tinham um concerto entre si onde o povo tinha dito que faria tudo que o Senhor havia dito. Ainda assim rapidamente Israel se afasta de sua aliança com Deus e se faz infiel ao Senhor. Os israelitas sabiam que não estariam seguros longe do Senhor, mas deixaram de encontrar a força, o entendimento e as bênçãos de Deus por sua indisposição de cumprir os mandamentos de Deus.
Todo o povo de Israel conhecia a história da entrega da Lei ao povo e de que maneira grandiosa e maravilhosa seu Deus havia se comportado em relação a eles. O céu e a terra foram tomados por testemunha contra Israel e eles foram claramente advertidos do mal que lhes acarretaria no caminho da rebeldia e infidelidade à aliança. No cativeiro Assírio, como no cativeiro Babilônico o povo sofreu várias dessas conseqüências que eram claras na Lei de Moisés. Israel colhia os frutos de sua obstinação. Todos os seres humanos sofrem resultados semelhantes quando rejeitam a Lei de Deus e trocam a fidelidade a Deus pelas coisas pecaminosas desse mundo. Como no tempo de Israel, o mundo hoje não valoriza a Lei do Senhor, mas em meio a uma geração corrompida e perversa Deus ainda chama e santifica para si mesmo um povo e lhe prepara para encontrar Cristo nas nuvens do céu e esse povo será fiel ao Senhor em amor.
Visões de glória e salvação surgem dos escritos proféticos neste tempo de trevas tão densas. Deus é fiel ao seu amor para conosco e além das maldições que sobre os transgressores de sua Lei recebem, Deus tem uma obra especial para realizar naqueles que se arrependerem e se permitirem serem transformados. O concerto ente Deus e os homens deve ser restaurado pelo povo que pretende estar em pé no dia da vinda do Filho do Homem, e a promessa de Deus é de perdão e salvação eterna a todos que assim se chegarem a Ele por meio de Jesus Cristo. Deus terá um povo que é o monumento de sua graça e misericórdia, e que lhe obedecerá por amor, não por suborno. Os mandamentos de Deus e a fé em (de) Jesus serão escritos na mente e no coração daqueles que, ainda que estejam longe, na terra de seu cativeiro, não se esquecem de Deus. E o Senhor não se esquece de seu povo, pelo contrário, está no meio do seu povo para salvá-lo.

Saibam mais...

Convertei-vos e Vivei


"Porque eu Não tenho prazer na morte de ninguém, diz o Senhor Deus. Portanto, convertei-vos e vivei" Ezequiel 18:32


Nínive foi uma cidade fundada as férteis margens do rio tigre; se tornou uma grande cidade; chegando a se elevar a Capital do império Assírio e em seu auge de prosperidade, foi uma cidade caracterizada por impiedade: violência, imoralidade sexual, desonestidade, mentiras e corrupção. Ainda assim, Deus viu que a cidade não estava totalmente longe da possibilidade de experimentar arrependimento, transformação e conversão da potestade de Satanás para o Deus Vivo.
Diante dessa realidade, Deus chamou Jonas, seu profeta, para pregar contra toda impiedade que havia em Nínive e anunciar o fato de que o Deus do céu conhecia a exata extensão de sua maldade (Jn 1:2). Certamente Jonas não se sentiu confortável para ser o instrumento de tal mensagem e chegou a questionar se realmente Deus chamaria alguém para cumprir tal tarefa. Humanamente não havia perspectiva de mudança na situação e Jonas esqueceu-se do Poder de seu Criador e pôs-se a fugir de Deus. Társis era o limite ocidental do mundo conhecido dos judeus na época do profeta e Jonas embarca em um navio para tal destino, para longe da presença do Senhor.
Chamando Jonas para essa tarefa, Deus lhe garantiria o sucesso da mesma e se Deus fosse logo obedecido certamente Jonas não teria passado pelos perigos que surgiriam em sua jornada. Uma tempestade descomunal se abate sobre a embarcação da parte do Senhor e os marinheiros temem por suas vidas (Jn 1:4-6). Rogam a seus desuses que os livre da morte enquanto Jonas se havia retirado e deitado, e agora dormia um sono profundo. O mestre do Navio encontra Jonas dormindo e lhe acorda e ordena que ore ao seu Deus. Logo a tripulação sabe que Jonas foge do Deus de Israel e é culpado do infortúnio que se abateu sobre todos. Os marinheiros tentam salvar o barco, mas a tempestade só cessa quando Jonas é jogado no mar (Jn 1:15).

No mar, Jonas é engolido por um grande peixe e miraculosamente sobrevive 3 dias no ventre do animal. Lá ele ora e se entrega ao senhor até ser vomitado na praia (Jn 2). A Palavra do Senhor voltou a comissionar Jonas a pregar na cidade de Nínive e ele vai para lá segundo essa mesma Palavra. Unanimemente os ninivitas assumem seus erros e se arrependem, desde o rei (governante) até o povo comum. Deus lhes perdoa e lhes concede graça enquanto Jonas fica confuso e irado. O Senhor, porém, dá lições práticas a Jonas sobre sua misericórdia e amor para com os pecadores. Essas lições destinam-se a todos nós que trabalhamos pela salvação de pessoas cuja salvação parece impossível aos olhos humanos. Devemos pregar a iminente Volta de Jesus com essa concepção clara em mente. O Poder de Deus está empenhado em salvar as pessoas, não em condená-las.

Saibam mais...

domingo, 1 de março de 2009

O príncipe do exercito do Senhor



O príncipe do exército do Senhor em Josué 5:14 é um personagem importante no contexto da conquista de Canaã por parte do povo de Israel, um povo fragilizado por séculos de escravidão e opressão e sem os recursos materiais e bélicos que estavam disponíveis aos povos de Canaã. Israel dependeria totalmente da poderosa intervenção de Deus em seu favor para ser vitorioso na conquista da terra, ao lutar contra povos mais organizados e preparados para a guerra que eles tanto em teorias e estratégias quanto experiências de batalhas reais.

Após a travessia do Jordão “Deus conduziu os israelitas em três eventos: O rito da circuncisão, A celebração da Páscoa, e o comer dos frutos da terra de Canaã. Todos esses eventos eram para a edificação de Israel. Depois viria uma experiência para Josué apenas”. Josué fora exaltado aos olhos de Israel (Josué 3:7) como um líder que estava na presença de Deus e tinha sua benção. Josué era homem de grande experiência em lidar com o povo de Israel e fora um forte e fiel aliado de Moisés enquanto este ainda liderava o povo, tanto nas guerras (Êxodo 17) quanto em assuntos espirituais (Êxodo 33:11). Josué fora um dos espias que confiavam plenamente no Senhor e no poder dele para lhes conceder a terra de Canaã contra toda evidência humana, que apontava em direção contrária (Números 14:6-9) e lhe foi garantido por sua fé de que veria a terra prometida (Josué 14:30). Agora era chegado o momento da conquista e foi concedida a Josué uma experiência sobrenatural e pessoal que lhe fortaleceria a fé e estreitaria sua comunhão com Deus para lhe preparar para guiar o povo na conquista da terra e estabelecimento na mesma.

O texto diz: “Estando Josué ao pé de Jericó...” e seria bem traduzido da seguinte forma: “estando Josué em Jericó...” e indica para alguns críticos do texto bíblico que os israelitas já tivessem conquistado Jericó quando o fato narrado nestes versos ocorreu. Porém o contexto da passagem aqui referida indica que Josué estava muito próximo da cidade, praticamente na entrada da cidade e talvez pudesse mesmo ver suas famosas muralhas. Isso fica claro que presença da conjunção (“Be” em hebraico) antes da palavra Jericó. Estudiosos dizem que possivelmente Josué estivesse realmente em Jericó (ainda que nos arredores) “espiando as fortificações, e meditando no melhor plano para um cerco”.

Nesse momento de possíveis incertezas diante do futuro Josué vê diante de si um homem. A palavra aqui usada tomada isoladamente não indica um mensageiro sobrenatural por si mesma. Indica um homem indistinto de qualquer outro homem puramente humano. “Josué aparentemente não reconheceu esse homem como um mensageiro divino”. Porém esse homem que Josué viu carregava uma espada nua demonstrando talvez intenção de guerrear. Então Josué se lhe dirige as palavras: “És tu dos nossos ou dos nossos adversários?” (Josué 5:13). “Josué demonstra coragem e resolução” e disposição de guerrear contra qualquer um que fosse uma ameaça ao povo de Israel. À pergunta: és tu dos nossos ou dos nossos adversários o homem responde: Não. Calvino explica que essa negação indica que esse homem “negou ser um homem mortal” ou “que estava respondendo a segunda parte da questão” és tu dos nossos adversários? Outros dizem que o homem não se importou com a pergunta de Josué “e nem a respondeu diretamente”, pois tinha “outros interesses em se manifestar a ele” que não satisfazer sua curiosidade e que ele já tinha a disposição de revelar sua identidade como faz mais tarde (verso 14). Outro indicam que o homem responde dessa forma simplesmente por que “a pergunta de Josué estava errada e então ele se recusa a respondê-la”.
Príncipe do exército do Senhor. Esse é o título e posição que esse homem que se manifestou a Josué diz possuir. Isso demonstra plenamente sua origem sobrenatural. O exército do Senhor se refere tanto a Israel literal (Êxodo 12:41) e também o exército celestial e os anjos todos (1Reis 22:19/ salmo 148:2 e salmo 103:21). “Com as palavras: acabo de chegar, o príncipe dos exércitos do Senhor ensaia entrar numa explicação da razão de sua manifestação”. Porém Josué reconhece na presença de quem ele está e com rosto em terra o adora.
Em todos os lugares onde o texto bíblico relata a tentativa humana de adorar seres sobrenaturais, porém não divinos são explícitos em dizer que essa adoração é rejeitada e condenada (Apocalipse 19:10 e Apocalipse 22:8-9). O homem visto por Josué revela sua identidade ao aceitar essa adoração. Mais tarde na seqüência do texto estudado nessa passagem, esse personagem se dirige a Josué dando ordens a respeito de Jericó e é dito na Bíblia não que: um homem disse a Josué, ou um anjo disse a Josué, mas sim, O Senhor disse a Josué: Olha entreguei na tua mão Jericó. Deixando claro que Josué fora visitado pelo próprio Deus em forma humana na noite da qual estamos tratando. “O comandante do exército do Senhor estava com uma espada na mão indicando que Ele lutaria por e com Israel e que a medida da iniqüidade dos Amorreus estava agora completa (Gênesis 15:16)”.
O personagem misterioso ordena a Josué que tire suas sandálias diante de sua presença santificadora de onde irradia luz e vida. O príncipe do exército do Senhor “requer um sinal de reverência e temor. Moisés vivenciou experiência similar (Êxodo 3:5) no deserto” quando teve um encontro com Deus e viu uma manifestação de sua glória. “As sandálias deviam ser tiradas como reconhecimento da presença divina enquanto ela estava acontecendo como uma maneira de demonstrar respeito pelo que é sagrado”.
O Senhor diz a Josué que lhe entregou Jericó e dá instruções especificas de como ele encontrará a vitória. Jericó era ponto estratégico para a conquista da terra de Canaã e uma das cidades mais fortificadas e seguras de toda a região. Somente com o poder de Deus e submissos a Ele é que Israel poderia derrubar Jericó. Assim, ao saírem vitoriosos de uma batalha que a princípio era tão desfavorável, a fé de Israel em Deus e seu poder devia ser fortalecida para todo o período de guerras e conquistas que eles estavam iniciando. As vitórias de Israel viriam a partir de um relacionamento de fé e obediência para com Deus e exigiria estrita obediência a cada detalhe das instruções dadas por Deus ao povo. “De um ponto de vista militar as ordens do capitão do exército do senhor eram ridículas. Marchar ao redor das muralhas sem fazer barulho por 6 dias e no sétimo dia eles deveriam rodear a cidade 7 vezes e soltar um brado de vitória” (Josué 6). Ninguém nunca havia ganho um batalha que fosse dessa maneira e esse era um chamado para que os israelitas não confiassem em estratégias humanas mas na orientação de Deus e para que eles tivessem certeza de que seriam vitoriosos contra todos os seus inimigos enquanto mantivessem uma atitude de fé, amor e obediência irrestrita a Deus durante suas vidas como indivíduos ou como nação eleita do Senhor. A fé do povo e dos líderes seria provada e a recompensa de uma resposta positiva seria efetiva.
Certamente a fé de Josué saiu dessa experiência fortalecida e ele estava, após ela, cheio de “coragem e ousadia” quando entendeu que “o príncipe do exército do Senhor veio em pessoa para conceder a Israel vitória sobre Jericó”. Josué era líder de uma grande nação e seria tentado por muitos do povo a duvidar de que seriam vitoriosos mesmo diante de desafios tão grandes. Deus sabia disso e concedeu a Josué a experiência que ele precisava para entender que o Senhor lutaria por Israel e que dessa forma eles seriam sempre vitoriosos mesmo contra os obstáculos aparentemente mais difíceis e assim podemos nos regozijar na certeza de que não lutamos sozinhos em nossas lutas como indivíduos ou como igreja.
O próprio Deus, único, Criador e redentor desce para nos visitar e dar instruções sobre sua vontade para nossa vida e nos guia na verdade de sua Palavra e de sua Lei e assim devemos seguir em submissão e fé com amor para com Ele que já tudo fez, faz e ainda fará por nós, para nos dar vitórias espirituais eternas por amor de Jesus Cristo Nosso Senhor e Salvador.

Saibam mais...
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...