terça-feira, 31 de março de 2009

Jeremias


Jeremias foi chamado ao ofício profético ainda jovem, no décimo terceiro ano do rei Josias e expressou sua desconfiança de si mesmo ao encontrar com Deus e receber do Senhor conhecimento a respeito das coisas que Deus queria comunicar ao povo através dele (Jr 1:5-6). Jeremias era levita e membro da classe sacerdotal para cujas funções estava sendo preparado desde a infância e ele esperava um reavivamento espiritual da nação como consequência das reformas que o rei havia levado à cabo. Deus viu fidelidade em Jeremias já em sua juventude e via seu servo enfrentando dura oposição no futuro por parte dos impenitentes com perseverança.
Em meio a apostasia e infidelidade Jeremias devia exemplificar o que significava adorar o verdadeiro Deus em sua própria vida. Mesmo durante o terrível cerco de Jerusalém ele deveria fazer ouvir a Palavra de Deus aos homens de Israel. Jeremias predisse a queda da casa de Davi e a destruição do templo de Salomão e condenou a idolatria daqueles que deveriam ser contados entre os fiéis filhos de Deus. Ele era desprezado e rejeitado pelos homens e ele mesmo participou do cumprimento de muitos dos juízos preditos por si mesmo por inspiração do Senhor dos exércitos e partilhou dos sofrimentos, temores e dores do povo. Em meio a terrível condição espiritual e social do reino no presente de seus dias foi dado a Jeremias contemplar o futuro e o restabelecimento de Israel em sua própria terra e a nova aliança que Deus faria com os arrependidos (Jr 29-33). Deus colocou suas palavras na boca de Jeremias (Jr 1:9-10) e suas palavras seriam prenúncio de destruição e condenação para alguns, mas de esperança e bênçãos para outros.
Severas mensagens foram transmitidas por Jeremias ao povo, mas era assegurado perdão aos arrependidos e a todos que abandonassem suas más obras em favor do amor e temor do Senhor. O profeta instava com o povo para que estabelecessem uma base sólida de amor e fé em coerência com a fidelidade de Deus para suas vidas de forma real, sincera e profunda. Eles deveriam construir para a eternidade e não para este mundo passageiro e só poderiam fazer isso se tornassem dos ídolos para Deus depressa e de verdade. Se o povo assumisse seus pecados e com humilhação os confessasse e com fervor os abandonassem poderiam confiar no poder, amor e fidelidade de Deus para com eles (Jr 3:12-22). Cura e restabelecimento do relacionamento entre Deus e eles era o objetivo de todas as repreensões e de todas as promessas de esperança que Deus falava através do profeta e o povo não estaria seguro se seguisse qualquer outro caminho diferente e que resultasse em algo diferente disto.
A reforma de Josias tirou a idolatria de muitas partes do país, porém o coração não transformado do povo era um lugar a ser limpo ainda dessa presença contaminadora e essa obra deveria ser levada adiante com poder e urgência por todos que atendessem o apelo. O perigo rondava o povo, entretanto este estava inconsciente do mesmo e não entendiam que sua prosperidade e segurança estava ligada à uma ligação viva e fiel com o Deus que lhes havia tirado do Egito. Jeremias exaltou a Lei de Deus que era negligenciada e abandonada (Jr 6:16). O sábado fora uma das questões para as quais o profeta chamava a atenção (Jr 17:24-25) e uma benção era prometida aos que atendessem o chamado do Senhor. Além das bênçãos da obediência o profeta também deixou claras as maldições resultantes da infidelidade e desprezo pela mensagem do céu. O povo devia mudar totalmente de direção na vida para que visse a salvação de Deus (Jr 4:14). A grande massa do povo desatendeu ao chamado de Deus e o profeta não podia impedir o exílio, ainda assim sua voz era ouvida dando esperança aos poucos fiéis e arrependidos e deixando os ímpios sem desculpas para seus pecados e sua atitude de abandono dos caminhos do Senhor. A situação exigia atitude e Deus usou seu servo para pregar a verdade na corte do templo aos ouvidos de todo o povo de Judá (Jr 7:2-7) com a mensagem do amor de Deus por eles apesar de sua condição de infidelidade e cegueira espiritual. Deus queria exercer beneficência, juízo e justiça (Jr 9:24) e não desejava que eles colhessem os frutos de sua rebelião já amadurecida (Jr 7:23-24 e 8:5). Porém o povo não conheceu o juízo do Senhor (Jr 8:7). E que restaria a Deus fazer senão punir a ousadia obstinada do povo (Jr 15:1-2) para despertar alguns ao arrependimento para salvação? A recusa do povo em aceitar a misericórdia foi a causa de seu juízo (Jr 26:4-6). Muitos entenderam a mensagem pregada pelo profeta, mas em vez de produzir conversos produziu oposição de sacerdotes, falsos profetas e povo (Jr 26:9-11). Jeremias enfrentou essa oposição com perigo da própria vida (Jr 26:12-15) e por sua fidelidade sua vida foi poupada apesar de muitos desejarem a morte daquele que lhes incomodava a carreira de pecado. Jeremias fora como uma fortaleza contra quem os ímpios não puderam prevalecer (Jr 6:27 e 15:20-21).
Jeremias amava a Deus e sofria por ver a iniquidade entre o povo professo de Deus. Foi, a despeito disso, objeto de zombaria e escárnio (Jr 20:7). Mas o Senhor estava com seu servo e seu amor e fidelidade lhe eram mais caros e importantes que tudo o mais nesta terra e ele aguardava em paz a salvação do Senhor.

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