quinta-feira, 12 de março de 2009

Dois reis de Israel


"Na trangressão do homem mau, há laço, mas o justo canta e se regozija" Provérbios 29:6


O reinado de Acaz foi marcado pelo declínio espiritual e, Isaías, e todos os que desejavam ser fiéis a Deus se viram rodeados de testemunhos de infidelidade entre o povo e os sacerdotes. Alguns que se extraviaram aos falsos ensinamentos e idolatria ainda pretendiam estar em comunhão com Deus e fazer parte de seu povo. Muitos se esqueceram de que o pecado faz separação entre Deus e a humanidade impenitente (Is 59:1-2) e deveriam ser objetos da repreensão de Deus através do profeta. A posição subalterna do reino de Israel era em grande parte devida à infidelidade dos reis de Israel ao senhor Deus e as conseqüências dessa infidelidade eram pesadas sobre o reino e mesmo o povo e o sacerdócio não estavam em melhores condições espirituais que os governantes infiéis cujas línguas e obras eram contra o Senhor (Is 3:8). O rei Acaz pessoalmente era um exemplo da mais vil infidelidade contra Deus (2 Cr 28:2/2Rs 16:3).
Grandes perigos espirituais estavam diante do povo: a sedução de todas as formas de idolatria e uma falsa segurança num suposta relação especial com o Deus verdadeiro. Poucos eram fiéis, e era graças a esses poucos que Israel não fora total e completamente identificado com Sodoma e Gomorra (Is 1:9). Ainda assim, por amor aos homens, Deus demonstrava sua misericórdia e instava, através de Isaías e de todos os escritos e outros profetas, para que se arrependessem e voltassem ao Senhor. Imagens e realidades da história de Israel eram evocadas ao ser a misericórdia de Deus exaltada no meio do povo rebelde ou indiferente. O apelo era para que os homens se apoderassem da força de Deus e fizessem paz com Ele (Is 27:5).O povo devia evitar as armadilhas do formalismo e do esquecimento de Deus e ter uma relação viva, dinâmica e fiel com o Senhor através da piedade prática e do amor.
O rei da Síria e do Reino do Norte (Israel) se uniram em aliança e atacaram o reino de Judá (Rs 16:5) e desprovido de força espiritual o coração do Rei e do povo se agitou em temor desprovido de fé (Is 7:2). Deus anda estava demonstrando amor e misericórdia ao povo e o profeta Isaías exortou o povo a não temer pois não seriam entregues nas mãos daqueles que lhes procurava a vida (Is 4:7). Mas o rei, que não acreditava na mensagem de Deus buscou livramento através do rei da Assíria, Tiglate Pileser (2Rs 16:7). Os assírios ajudaram o reino de Judá mas logo sua cobiça foi despertada e o rei estava mortificado pela expectativa de cair nas mãos de tão cruéis inimigos. Nesse tempo o templo fora totalmente fechado e se adorava entidades pagãs em cada esquina da cidade de Jerusalém, as trevas pareciam haver prevalecido. Aos fiéis fora dada, porém, a certeza de que ainda que o povo fosse infiel e o templo estivesse vazio, O Senhor seria santuário a todos os que lhe amavam incondicionalmente (Is 8:13-14).
O reinado de Ezequias pode ser contrastado diretamente com o reinado de Acaz. A situação exigia uma reforma ampla e profunda em todas as áreas da vida do povo e Ezequias promoveu o retorno das atividades do templo que estavam negligenciadas a muito tempo. Uma aliança com Deus devia ser restabelecida por aqueles que ainda eram fiéis (2Cr 29:10). Toda a situação política, social e religiosa estava em crise. O reino do Norte estava sofrendo terrivelmente sob o poder dos Assírios e Judá só escaparia se Deus operasse um milagre em seu favor através de quaisquer meios que lhe fossem adequados segundo sua sabedoria infinita. Ezequias apela aos sacerdotes e levitas para que o ajudem a enfrentar a situação caótica (2Cr 29:5 e 11). A ação devia ser pronta e imediata e todos agiram com rapidez e no menor espaço de tempo possível o templo estava pronto para ser novamente o local onde se praticava a verdade de Deus conforme exposta nos escritos de Moisés. Os sacerdotes ofereceram sacrifícios por todo o povo e todos adoraram ao Senhor e o Rei e povo se alegraram em Deus (2Cr 29:36).
Deus havia preparado o coração de homens importantes dentre os sacerdotes e do próprio rei para que se cumprisse essa reforma a fim de deter a terrível onde de apostasia e infidelidade que ameaça a continuidade da existência do povo escolhido. O remanescente devia se converter àquele contra quem o reino de Norte e muitos no próprio reino de Judá haviam se rebelado profundamente (Is 31:6). Havia muitos entre o povo que estavam cansados da condição espiritual de escravidão ao pecado e idolatria e aceitaram com alegria a notícia de que o templo estava novamente cumprindo seu papel central na adoração do Deus de Israel, o único verdadeiro Deus (Dt 6:4). Deus havia prometido perdão ao povo que se convertesse e lhe buscasse (2Cr 7:14) e cumpriu sua promessa de forma extensa e explícita nos tempos do rei Ezequias. O rei, depois de restabelecer as cerimônias diárias do templo convocou todo o Israel (no Norte e no Sul) para a celebração da páscoa.
Muitos dentre o povo do Norte se retraíram e ridicularizavam o convite (2 Cr 30:10), mas enfim alguns entre eles se humilharam e vieram a Jerusalém (2 Cr 30:11). No reino do Sul a resposta positiva foi generalizada (2Cr 30:12) segundo a Palavra do Senhor. Jerusalém foi limpa da presença contaminante da idolatria que havia nos tempos de Acaz e a Páscoa foi celebrada no dia determinado. Durante a festa os sacerdotes instruíam o povo nas coisas de Deus e a graça de Deus era com eles. O povo ficou extremamente feliz (2Cr 30:20-21). O tempo de 7 dias foi estendido por mais 7 dias e o povo aprendeu mais amplamente o que o Senhor requeria deles e era claro que Deus estava com seu povo para o abençoar. Os sacerdotes despediram o povo com oração que chegou aos céus (2Cr 30:27).
A reforma ocasionada nessa situação devia se refletir na vida diária do povo em todas as suas cidades, a idolatria devia ser rejeitada (2Cr 31:1). Deus demonstrou sua presença na vida de seu povo errante e ainda manifestaria seu Poder em favor deles em inúmeras outras ocasiões.

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